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DILSON LAGES MONTEIRO
( PIAUÍ )
(1973). Quarto e Atual Ocupante da Cadeira nº 21 da APL.
Dílson Lages Monteiro. Professor. Poeta. Romancista. Ensaísta. Nasceu em Barras do Marataoã em 1973. Filho de Gonçalo Soares Monteiro e Rosa Maria Pires Lages. Viveu a infância e a pré- adolescência na cidade natal, cuja paisagem física e humana deixou fortes marcas em sua literatura, assinalada tanto pela exaltação de elementos naturais e de costumes, quanto de contundente crítica social. Graduou-se em Letras pela Universidade Estadual do Piauí em 1994. Especializou-se em Língua Portuguesa (PUC-SP) e em Revisão de Textos (PUC-MG). Autor, até a data de edição desta obra, de 14 livros, passeando por gêneros diversos: da literatura infantil ao romance. São de sua autoria os livros: Mais Hum (poemas – 1995); Cabeceiras: a marcha das mudanças (estudo historiográfico – 1995) coautoria; Colmeia de concreto (poemas – 1997); Os olhos do silêncio (poemas – 1999); A metáfora em textos argumentativos (ensaio – 2001); O sabor dos sentidos (poemas – 2001); Entretextos (artigos e entrevistas – 2007); Texto argumentativo – teoria e prática (didático – 2007); Adiante dos olhos suspensos (poemas – 2009); O morro da casa-grande (romance – 2011); O rato da roupa de ouro (infantil – 2012); Ares e lares de amores tantos (poemas – 2014); Meus olhinhos de brinquedo (poema infantil – 2014); Capoeira de espinhos (romance – 2017).
Sua poesia pós-moderna apresenta claros traços neo-românticos, neo- simbolistas e principalmente surreais, com grande utilização dos tropos, principalmente da metáfora, empregada à exaustão. Sobre sua dicção poética, registrou em prefácio o professor de Teoria Literária da Universidade de Brasília Ricardo Araújo: “A poesia de Dílson Lages tenta recuperar através do sentidos ‘O sabor das imagens’, propondo novas associações de imagens e aumentando, ampliando o horizonte de possibilidades metafóricas, ou seja, Lages cria novas metáforas buscando ilações inusitadas e auscultando os diversos sons provenientes destes seres peculiares que integram a personalidade humana de cada um de nós”. Segundo o crítico literário Rogel Samuel, em artigo sobre a poesia de Dílson, “É uma poesia mínima, reduzida ao mínimo, no minimalismo característico do pós- moderno, o nosso tempo (…). Esta poesia faz das coisas uma concretude e não uma imagem, pois a realidade é tanta que ‘a água na vidraça / despedaça…” e o mundo se descerra em ‘faces e disfarces’. Nesse caso, o silêncio é um consolo, pois serve para ‘arrancar o coração das paredes’”.
A prosa escrita por Dílson Lages Monteiro é marcada por nítido compromisso social, em que o memorialismo se alia ora ao lirismo, ora à sátira. Em conferência sobre a obra O morro da casa-grande, anota a professora universitária Rosidelma Fraga: “A retenção do tempo perpassa no romance, nas imagens das fotografias (outro código de linguagem) e, aos poucos, vai sendo reescrita e reinterpretada nos moldes da ficção em densidade lírica, mesclando romance e poesia. A identidade patrimonial da terra sacramenta-se na memória de um romancista que não consegue desvencilhar de sua grande sensibilidade de poeta, descortinando para o leitor um documentário histórico de várias gerações que viram os sonhos de fé e devoção destruídos. O leitor de alma vazada não consegue ficar alheio ao sentimento mais cruel e melancólico dos personagens que protagonizaram a amargura proveniente da demolição do lugar sagrado das famílias religiosas em Barras, Piauí”.
Dilson Lages é membro da Academia Piauiense de Letras, tomando posse em 2015, ocupando a cadeira de número 21 que tem como patrono Cônego Leopoldo Damasceno Ferreira.
A CIGARRA – Revista Literária – Ano 15 , n. 32. Santo André,
São Paulo -SP, Fevereiro 1998. 34 p. Ex. bibl. de Antonio
Miranda
LIBERTAÇÃO
Ensaio a dança do sábado
No destino do trem.
A viagem geme
Gelada de incertezas.
Seca a sede do rio
Deságuam os erros
Na rotina da estação.
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Página publicada em novembro de 2023
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